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Lei molhada: moderação pela democracia

"O consumo excessivo de bebida alcoólica pode agravar ainda mais a situação."

Por Portal Notícias Colômbia SP em 29/09/2022 às 12:18:53

Foto: Pixabay

Próximo domingo, 02 de outubro, teremos um dia intenso de expectativas devido às eleições. Acredito que a maioria da população pensará: "que horas será que poderei beber minha cervejinha?". O fato é, poucos sabem, que a famosa "lei seca", na verdade não é lei. É facultativa a cada Tribunal Regional Eleitoral – TRE, em comum acordo com a Secretaria de Segurança Pública de cada Estado ou do Distrito Federal. Ou seja, possivelmente o consumo de bebidas alcoólicas será liberado, salvo guardo, o TRE local emita uma portaria restringindo o consumo.

Acredito, que para maioria dos candidatos – senão todos, a maior preocupação é com o alto número de abstenções que já tendem a ocorrer nesta eleição. O consumo excessivo de bebida alcoólica pode agravar ainda mais a situação. Até mesmo, se por ventura o eleitor for votar embriago, ele pode gerar algum tumulto e consequentemente atraso na votação. Percebemos assim, que "lei seca" existe somente para quem, por decisão própria, não consumir bebida alcoólica. Vale frisar que, quem beber não poderá dirigir. Esta lei é válida e será devidamente aplicada nas ocorrências que por ventura surgirem.

Além destas possibilidades, com a chegada dessa frente fria e tempo chuvoso, em especial aqui na cidade de Barretos, o eleitor pode não querer sair de casa. Pra quem não é da cidade, Barretos sofre quando ocorre chuvas fortes e é o que a previsão tem sugerido para esses dias. Quando chove forte em vários pontos a cidade fica "alagada" por falta de fontes de vazão de água. Com um pouco de criatividade, podemos até mesmo parodiar uma marchinha de carnaval muito conhecida, a "Marcha do Remador" e cantarmos alegres: "Se Barretos não alagar, olê, olê, olá, eu vou votar.".

Sei não, mas, podendo consumir a cervejinha do final de semana, com chuva dificultando a saída, o eleitor barretense pode ficar tentado a não comparecer. Cabe, portanto, a consciência neste momento em que o país precisa do senso cívico e amor a pátria. Abstenção, votos brancos e nulos somente servem para duas coisas: estatística e favorecimento a político corrupto, pois estes já tem seus "votos no cabresto". A política em nosso país só mudará para melhor se escolhermos candidatos éticos, e para tal, com toda responsabilidade devemos votar com consciência. Podemos até tomar nossa cervejinha, desde que não atrapalhe nosso discernimento no processo da votação, muito menos atrase a vida dos demais eleitores.

Todos sabemos que o abuso no consumo de bebidas alcoólicas pode ocasionar diversos males: acidentes, desinteligência entre casais, entre amigos, acirram-se os ânimos em simples disputas que a princípio poderiam ser apenas um lazer, enfim, o desequilíbrio no consumo não contribui para edificação de nenhuma sociedade. Sendo assim, com a polarização acirrada da forma que está, fruto da política instituída do "nós contra eles", atrelada ao consumo excessivo de álcool, pode tornar-se tragédia anunciada. No ambiente de trabalho, no almoço de família, nas rodas de bate papo já está acalorado o debate, que, cá entre nós, de conteúdo teórico político não há nada, apenas "achismos" e reprodução de pensamentos extremistas, imagina se alguns cidadãos exagerarem na bebida.

O que me preocupa verdadeiramente é: será que vencedores comemorarão sem excessos provocativos? Vencidos aceitarão, mesmo que entristecidos, o resultado em espírito de mansidão? Aquele famoso "gole a mais" pode deixar muitas mães, filhos, irmãos, amigos desolados em nome da democracia que de pluralista não tem nada.

Penso que caberá o bom senso, pois, bebida unida aos ânimos acirrados que temos percebido no dia a dia, não será favorável ao processo eleitoral.

Tulio Guitarrari é Jornalista, Téc. Contábil e formado em Filosofia.

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